sexta-feira, 12 de Fevereiro de 2010
Negreiros tinto 2005
Uma história como muitas outras no Douro. Uma Quinta pertencente a uma familia que produz vinho generoso e que depois o vende às grandes empresas de Vinho do Porto, neste caso, à Cockburn's.
É na Quinta das Amendoeiras o quartel general dos vinhos Negreiros. Desde os meados do século passado nas mãos da familia, o caminho foi engarrafar o vinho produzido. Para isso remodelaram a adega e no ano de 2004 arrancaram para marca própria.
Começaram a fazer vinhos com a enologia de Anselmo Mendes, situação que foi alterada após as duas primeiras colheitas, passando a ser dirigida em 2007 por João Brito e Cunha.
Vão ser provadas as duas colheitas que estão no mercado, 2005 e 2007, dois anos diferentes, dois enólogos diferentes.
Começo pela colheita de 2005. Um vinho feito com castas tradicionais do Douro, assim como Tinta Roriz, Tinta Barroca, Touriga Franca e Touriga Nacional. Estagiou durantes 15 meses em barricas de carvalho francês.
Tem uma cor granada com boa concentração.
Aroma com boa intensidade, que começa por nos dar algumas notas licorosas e achocolatadas. Depois o aroma leva-nos para um ambiente mais duro, mais rústico, com notas de vegetal seco. Continuamos com flores e fruta, que nos faz lembrar cerejas e framboesas.
Boca com bom corpo e uma boa acidez e com os taninos a transmitir alguma (boa) secura. A fruta aparece elegante com cerejas e groselhas, que domina praticamente o palato. Final longo e com boa frescura.
Gostei deste vinho. Tem perfil clássico, com a fruta e as notas vegetais mais austeras dos vinhos da região. Tem um sentido altamente grastronómico. Não é um vinho de provas mas sim para a mesa.
Nota: 15,5.
domingo, 14 de Fevereiro de 2010
Negreiros tinto 2007
Depois de ter provado o 2005, deixo a prova do 2007. Um vinho feito com Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz e Tinta Barroca e que estagiou 10 meses em barricas de carvalho francês. Primeiro vinho com a enologia de João Brito e Cunha.
Tem uma cor muito escura, compacta.
Aroma intenso, com muitas notas minerais e de chocolate preto amargo, cacau e baunilha. Em ambiente fumado aparecem as notas frutadas e que nos lembram framboesas, ginjas e groselhas.
Boca encorpada e com uma bela acidez. Muito boa conjugação de sabores, onde a fruta aparece elegante e com a companhia de baunilha, cacau e notas minerais. Final longo e compacto.
Na minha opinião, é um vinho claramente superior à colheita de 2005. Um passo à frente na qualidade, pois passa de um vinho com perfil muito regional, muito fechado e egoísta, para um vinho que, apesar de a marca da casa estar lá e o perfil esteja bem marcado, está mais solto, mais complexo e agradável de provar. Um belo vinho, ainda com vida pela frente.
Nota: 16,5.
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